Nota Prévia:
A decisão de elaborar este documento resultou da primeira reunião do M1922 que se realizou no dia 19 de Janeiro no Auditório do Instituto da Juventude em Aveiro e que contou com a presença de sessenta associados do Sport Clube Beira-Mar.
O presente escrito aglutina várias críticas e propostas emanadas pelos sócios nessa reunião, bem como, outras que posteriormente nos foram remetidas com esse propósito. Na parte final, aproveitamos a oportunidade para solicitar alguns esclarecimentos sobre outras questões que nos parecem fundamentais para o futuro do Clube.
Foi nossa intenção produzir um documento descomprometido, de teor genérico, sem pareceres técnicos ou posições dogmáticas, que traduzem apenas um sentimento comum dos sócios que incorporam o M1922. Por uma questão de mera organização, optámos pela subdivisão nos seguintes tópicos que nos pareceram adequados: SÓCIOS, COMUNIDADE, ESCOPO E SUSTENTABILIDADE, PARCERIAS, CREDIBILIDADE e PEDIDO DE ESCLARECIMENTO.
Pretendemos, através deste suporte, dar um pequeno contributo no sentido de auxiliar a direcção do SC Beira-Mar a compreender alguns dos motivos da insatisfação dos sócios em relação a algumas opções estratégicas assumidas pelo actual executivo.
O presente escrito aglutina várias críticas e propostas emanadas pelos sócios nessa reunião, bem como, outras que posteriormente nos foram remetidas com esse propósito. Na parte final, aproveitamos a oportunidade para solicitar alguns esclarecimentos sobre outras questões que nos parecem fundamentais para o futuro do Clube.
Foi nossa intenção produzir um documento descomprometido, de teor genérico, sem pareceres técnicos ou posições dogmáticas, que traduzem apenas um sentimento comum dos sócios que incorporam o M1922. Por uma questão de mera organização, optámos pela subdivisão nos seguintes tópicos que nos pareceram adequados: SÓCIOS, COMUNIDADE, ESCOPO E SUSTENTABILIDADE, PARCERIAS, CREDIBILIDADE e PEDIDO DE ESCLARECIMENTO.
Pretendemos, através deste suporte, dar um pequeno contributo no sentido de auxiliar a direcção do SC Beira-Mar a compreender alguns dos motivos da insatisfação dos sócios em relação a algumas opções estratégicas assumidas pelo actual executivo.
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Sócios:
Consideramos que os sócios são a razão de ser da colectividade. Devem os associados ser chamados a participar nas decisões que vinculem ou comprometam a instituição no futuro.
Entendemos que é importante cultivar uma política de proximidade entre os associados e os órgãos sociais do Clube por eles eleitos. Caso contrário, dilui-se a dimensão de «projecto colectivo» e desincentiva-se os sócios a participarem e darem o seu contributo para o desenvolvimento da instituição. Significará a consolidação do processo de distanciamento progressivo do Clube em relação à sua base social de apoio, que já se verifica.
As declarações públicas do Presidente da Direcção, Sr. Artur Filipe, relativamente à insignificância do contributo económico dos associados para o orçamento do Clube atestam do divórcio que se assiste hoje entre o Clube e a sua comunidade.
Pensamos que, assumida esta lacuna, cumpre à Direcção em cooperação com os restantes órgãos sociais do Clube promover medidas concretas que reaproximem a instituição da sua massa associativa.
Importa referir que a relação SÓCIO-CLUBE-SÓCIO concretiza-se em todos os momentos de contacto entre o associado e a Instituição, como são exemplos as Assembleias Gerais, o contacto com os serviços administrativos, o acesso às infra-estruturas desportivas, ou, mesmo no contacto com os órgãos de informação, oficiais e não oficiais, que se debrucem sobre o Clube.
Estamos convictos que a promoção de uma verdadeira política de proximidade fará toda a diferença, produzindo significativos dividendos, tanto ao nível da gestão como do prestígio e engrandecimento da Instituição.
Entendemos que é importante cultivar uma política de proximidade entre os associados e os órgãos sociais do Clube por eles eleitos. Caso contrário, dilui-se a dimensão de «projecto colectivo» e desincentiva-se os sócios a participarem e darem o seu contributo para o desenvolvimento da instituição. Significará a consolidação do processo de distanciamento progressivo do Clube em relação à sua base social de apoio, que já se verifica.
As declarações públicas do Presidente da Direcção, Sr. Artur Filipe, relativamente à insignificância do contributo económico dos associados para o orçamento do Clube atestam do divórcio que se assiste hoje entre o Clube e a sua comunidade.
Pensamos que, assumida esta lacuna, cumpre à Direcção em cooperação com os restantes órgãos sociais do Clube promover medidas concretas que reaproximem a instituição da sua massa associativa.
Importa referir que a relação SÓCIO-CLUBE-SÓCIO concretiza-se em todos os momentos de contacto entre o associado e a Instituição, como são exemplos as Assembleias Gerais, o contacto com os serviços administrativos, o acesso às infra-estruturas desportivas, ou, mesmo no contacto com os órgãos de informação, oficiais e não oficiais, que se debrucem sobre o Clube.
Estamos convictos que a promoção de uma verdadeira política de proximidade fará toda a diferença, produzindo significativos dividendos, tanto ao nível da gestão como do prestígio e engrandecimento da Instituição.
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Comunidade:
No seguimento da política de proximidade que defendemos na relação do SÓCIOS-CLUBE-SÓCIOS, defendemos também uma política de abertura da Instituição à comunidade (não sócios).
O Sport Clube Beira-Mar não pode reduzir a sua capacidade representativa da região a critérios de natureza territorial ou conjuntural.
Defendemos que o carácter representativo do Clube depende da sua capacidade em mobilizar e interagir com a comunidade que o envolve.
Acreditamos que tal desiderato deve ser perseguido em diferentes níveis. A título de exemplo, no que concerne ao futebol profissional, estaremos mais próximos do objectivo criando ligações efectivas de representatividade entre os adeptos e o plantel, através de uma aposta tendencial em atletas da região. Uma política integrada de abertura à comunidade deve contemplar campanhas vocacionadas especificamente para a atracção de público “não-sócio”.
Porém, importa neste âmbito relevar o importante contributo do ECLETISMO e da FORMAÇÃO. A actividade do Clube não se deve esgotar na constituição de uma equipa de futebol para participar nos campeonatos profissionais todos os anos. Entendemos que o Clube não se deve demitir das suas responsabilidades sociais de promoção cívica e cultural da sua comunidade através da prática desportiva. Para se exigir o apoio popular, é necessário que exista o devido retorno.
Trata-se de um ponto vital para o envolvimento da comunidade na vida do Clube concretizando uma «mais-valia» que a todos beneficia. O ecletismo e a formação devem ser olhados numa óptica de investimento e não de despesa.
O Sport Clube Beira-Mar não pode reduzir a sua capacidade representativa da região a critérios de natureza territorial ou conjuntural.
Defendemos que o carácter representativo do Clube depende da sua capacidade em mobilizar e interagir com a comunidade que o envolve.
Acreditamos que tal desiderato deve ser perseguido em diferentes níveis. A título de exemplo, no que concerne ao futebol profissional, estaremos mais próximos do objectivo criando ligações efectivas de representatividade entre os adeptos e o plantel, através de uma aposta tendencial em atletas da região. Uma política integrada de abertura à comunidade deve contemplar campanhas vocacionadas especificamente para a atracção de público “não-sócio”.
Porém, importa neste âmbito relevar o importante contributo do ECLETISMO e da FORMAÇÃO. A actividade do Clube não se deve esgotar na constituição de uma equipa de futebol para participar nos campeonatos profissionais todos os anos. Entendemos que o Clube não se deve demitir das suas responsabilidades sociais de promoção cívica e cultural da sua comunidade através da prática desportiva. Para se exigir o apoio popular, é necessário que exista o devido retorno.
Trata-se de um ponto vital para o envolvimento da comunidade na vida do Clube concretizando uma «mais-valia» que a todos beneficia. O ecletismo e a formação devem ser olhados numa óptica de investimento e não de despesa.
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Escopo e sustentabilidade:
Face ao paradigma actual do associativismo com o qual nos confrontamos, pensamos que importa redefinir com clareza o escopo da Instituição, adequando-o a uma realidade que reconhecemos adversa.
Neste âmbito, compreendemos que os constrangimentos financeiros obriguem a uma profunda transformação do modelo de viabilidade do Clube. Recusamos, porém, que tal transformação implique o asfixiamento das modalidades amadoras e o desinvestimento na formação em favor de um hipotético e efémero aumento de competitividade da equipa profissional de futebol, deixando esta de ser fonte de receita para o Clube, tornando-se numa causa de endividamento.
Admitimos que o futebol é hoje a principal actividade, da qual depende em grande medida o orçamento do Clube. Contudo, parece-nos pertinente que se encontre um ponto de equilíbrio entre o retorno económico e a visibilidade da marca que o futebol profissional proporciona em relação ao escopo social do SC Beira-Mar. Defendemos, quanto a este aspecto, que a aposta estratégica deve recair na formação de competências, contribuindo desse modo para a redução de custos a médio e longo prazo e para a identificação do Clube com a sua comunidade.
Na nossa perspectiva, o futebol profissional é um meio de engrandecimento da Instituição, mas não deve ser um fim em si mesmo.
Estamos cientes das dificuldades que este paradigma levanta, mas acreditamos que o Clube deve definir o seu rumo, promovendo um profundo debate para o qual os associados devem ser chamados a intervir.
Neste âmbito, compreendemos que os constrangimentos financeiros obriguem a uma profunda transformação do modelo de viabilidade do Clube. Recusamos, porém, que tal transformação implique o asfixiamento das modalidades amadoras e o desinvestimento na formação em favor de um hipotético e efémero aumento de competitividade da equipa profissional de futebol, deixando esta de ser fonte de receita para o Clube, tornando-se numa causa de endividamento.
Admitimos que o futebol é hoje a principal actividade, da qual depende em grande medida o orçamento do Clube. Contudo, parece-nos pertinente que se encontre um ponto de equilíbrio entre o retorno económico e a visibilidade da marca que o futebol profissional proporciona em relação ao escopo social do SC Beira-Mar. Defendemos, quanto a este aspecto, que a aposta estratégica deve recair na formação de competências, contribuindo desse modo para a redução de custos a médio e longo prazo e para a identificação do Clube com a sua comunidade.
Na nossa perspectiva, o futebol profissional é um meio de engrandecimento da Instituição, mas não deve ser um fim em si mesmo.
Estamos cientes das dificuldades que este paradigma levanta, mas acreditamos que o Clube deve definir o seu rumo, promovendo um profundo debate para o qual os associados devem ser chamados a intervir.
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Parcerias:
Por princípio, não somos contra as parcerias com entidades externas ao SC Beira-Mar, desde que estas assentem numa conjugação de interesses que contribua para a melhor prossecução do escopo do Clube.
Parece-nos essencial que o Clube estabeleça uma plataforma que lhe permita ser autonomamente viável, dependendo apenas do desempenho económico da sua actividade.
Deste modo, as parcerias devem conter na sua génese uma intenção de desenvolvimento estratégico que permita ao Clube prosseguir de uma forma mais eficaz e abrangente os seus fins.
Recusamos parcerias celebradas com o intuito de disfarçar erros de gestão, num contexto de assumido desespero económico, sem qualquer perspectiva de desenvolvimento a médio e longo prazo e que transfiram para terceiros a responsabilidade de gerir importantes activos do Clube.
Parece-nos essencial que o Clube estabeleça uma plataforma que lhe permita ser autonomamente viável, dependendo apenas do desempenho económico da sua actividade.
Deste modo, as parcerias devem conter na sua génese uma intenção de desenvolvimento estratégico que permita ao Clube prosseguir de uma forma mais eficaz e abrangente os seus fins.
Recusamos parcerias celebradas com o intuito de disfarçar erros de gestão, num contexto de assumido desespero económico, sem qualquer perspectiva de desenvolvimento a médio e longo prazo e que transfiram para terceiros a responsabilidade de gerir importantes activos do Clube.
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Credibilidade:
Consideramos que a credibilidade consubstancia um dos alicerces fundamentais de qualquer Instituição.
Para a construção e manutenção de uma imagem credível concorrem vários factores, dos quais destacamos:
Situação económico-financeira;
Património axiológico (social e desportivo);
Postura dos seus representantes;
Desempenho actual, etc.
Sobre esta matéria, pensamos que os órgãos sociais do SC Beira-Mar podem e devem trabalhar melhor, tanto ao nível da imagem como do conteúdo. Escusamo-nos a reportar aqui os factos que fundamentam esta nossa opinião, uma vez que são do domínio público.
Preocupa-nos, ainda, os encargos que o défice de credibilidade possa representar para as futuras gerações de dirigentes que terão de suportar o ónus da imagem do Clube estar associada à prática de factos que não dignificam os seus agentes.
Para a construção e manutenção de uma imagem credível concorrem vários factores, dos quais destacamos:
Situação económico-financeira;
Património axiológico (social e desportivo);
Postura dos seus representantes;
Desempenho actual, etc.
Sobre esta matéria, pensamos que os órgãos sociais do SC Beira-Mar podem e devem trabalhar melhor, tanto ao nível da imagem como do conteúdo. Escusamo-nos a reportar aqui os factos que fundamentam esta nossa opinião, uma vez que são do domínio público.
Preocupa-nos, ainda, os encargos que o défice de credibilidade possa representar para as futuras gerações de dirigentes que terão de suportar o ónus da imagem do Clube estar associada à prática de factos que não dignificam os seus agentes.
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Pedido de esclarecimento:
Aproveitamos a oportunidade que o presente documento nos oferece para solicitar à Direcção um esclarecimento sobre algumas matérias que nos parecem essenciais:
- Papel e função da Academia, assim como ponto de situação quanto à localização e financiamento do Centro de Formação;
- Projecto para as modalidades amadoras (objectivos, modelo de gestão e mecanismos de financiamento);
- Ponto de situação do protocolo de permuta do andar no Centro Avenida entre o SC Beira-Mar e a CMA com vista à construção da Sede Social do Clube;
- Posição do Clube em relação às rendas da Aveiro Polis indevidamente recebidas pela CMA;
- Ponto de situação sobre a bomba de gasolina a explorar pelo SC Beira-Mar protocolada com a CMA;
- Ponto de situação sobre o protocolo de utilização do Estádio Municipal de Aveiro – Mário Duarte, celebrado entre o SC Beira-Mar e a EMA;
- Ponto de situação dos campos de treino junto ao Estádio Municipal;
- Ponto de situação quanto à localização e financiamento do novo Pavilhão do SC Beira-Mar;
- Perspectiva da Direcção quanto à viabilidade de uma Sociedade Anónima Desportiva para o futebol;
- Ponto de situação do Museu do Clube;
- Papel e função da Academia, assim como ponto de situação quanto à localização e financiamento do Centro de Formação;
- Projecto para as modalidades amadoras (objectivos, modelo de gestão e mecanismos de financiamento);
- Ponto de situação do protocolo de permuta do andar no Centro Avenida entre o SC Beira-Mar e a CMA com vista à construção da Sede Social do Clube;
- Posição do Clube em relação às rendas da Aveiro Polis indevidamente recebidas pela CMA;
- Ponto de situação sobre a bomba de gasolina a explorar pelo SC Beira-Mar protocolada com a CMA;
- Ponto de situação sobre o protocolo de utilização do Estádio Municipal de Aveiro – Mário Duarte, celebrado entre o SC Beira-Mar e a EMA;
- Ponto de situação dos campos de treino junto ao Estádio Municipal;
- Ponto de situação quanto à localização e financiamento do novo Pavilhão do SC Beira-Mar;
- Perspectiva da Direcção quanto à viabilidade de uma Sociedade Anónima Desportiva para o futebol;
- Ponto de situação do Museu do Clube;
- Data prevista de eleição do Conselho Geral.
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