O Movimento 1922 promoveu em Aveiro, na passada Sexta-Feira, um debate sobre as sociedades anónimas desportivas em Portugal, perspectivando a proposta que a Comissão Administrativa do clube apresentará brevemente aos sócios com esse propósito.
A sessão foi aberta por Nuno Quintaneiro, membro do M1922, que abriu a sessão enquadrando esta iniciativa no momento que o clube atravessa, no qual a SAD se afigura como uma possível solução de autonomização do futebol profissional.
O debate contou com um painel de oradores composto por Emídio Martins (ex-vice-presidente do clube), Ricardo Luz (Gestor e responsável por um estudo sobre as marcas do futebol português) e José Manuel Meirim (Jurista e Professor Universitário), tendo sido moderado por Nuno Arroteia, antigo director-executivo do clube.
Nuno Arroteia, Emídio Martins, Ricardo Luz e José Manuel Meirim A sessão foi aberta por Nuno Quintaneiro, membro do M1922, que abriu a sessão enquadrando esta iniciativa no momento que o clube atravessa, no qual a SAD se afigura como uma possível solução de autonomização do futebol profissional.
O debate contou com um painel de oradores composto por Emídio Martins (ex-vice-presidente do clube), Ricardo Luz (Gestor e responsável por um estudo sobre as marcas do futebol português) e José Manuel Meirim (Jurista e Professor Universitário), tendo sido moderado por Nuno Arroteia, antigo director-executivo do clube.
Emídio Martins foi o primeiro a intervir fazendo um enquadramento sobre o fenómeno de industrialização do futebol e a sua afirmação como uma actividade económica muito relevante, tendo depois abordado a sua experiência enquanto dirigente do clube: «Para mim, o que me prende ao clube é o seu ecletismo, as modalidades amadoras e a sua presença na sociedade», defendendo a ideia de que «o peso do futebol na estrutura do clube, como profissional, e mantendo-o nessa estrutura, é o caminho mais rápido para o desaparecimento do clube», referiu aquele ex-dirigente.
Ricardo Luz, consultor e gestor, responsável pela elaboração de um estudo sobre as marcas do futebol português, abordou a problemática da profissionalização do futebol como factor essencial de competitividade. «A globalização representa uma grande oportunidade para as grandes marcas, mas é também uma ameaça para as marcas locais. Os clubes como o Beira-Mar devem desenvolver uma relação emocional com os filhos que, por sua vez, cativam as famílias. É muito importante cultivar uma relação de proximidade com a comunidade», enfatizou.
Por sua vez, José Manuel Meirim deixou um alerta importante no sentido do SC Beira-Mar não vir a repetir os erros de outras sociedades anónimas desportivas que «repetiram e continuam a repetir os erros de gestão dos clubes que lhes deram origem». Na opinião daquele professor de direito do desporto, «a SAD só poderá ser uma solução se se demarcar bem do clube, enveredando por uma gestão própria, menos apaixonada».
Acácio Gonçalves, Artur Moreira, Mário Costa e António Regala na primeira fila.
A assistir ao evento, entre os sócios e adeptos do clube auri-negro, estiveram ainda vários elementos afectos ao clube, aos órgãos sociais, às modalidades amadoras e aos Ultras Auri-Negros. De destacar a presença de todos os presidentes dos órgãos do clube, nomeadamente, o presidente da Assembleia Geral (Dr. Artur Moreira), do Conselho Fiscal (Dr. Luís Leitão) e do Conselho Geral (Eng. Alberto Roque).
-
O encerramento da sessão esteve a cargo do Presidente da Comissão Administrativa, António Regala, que falou da «necessidade do clube programar a sua actividade, não dependendo apenas das iniciativas de pessoas movidas pelo carinho que aparecem como bombeiros nas situações difíceis». O dirigente felicitou ainda o Movimento 1922 por este tipo de sessões que «ajudam a debater estas questões e vêm com anos de atraso».